O pastor-deputado Marco Feliciano (PSC-SP), na foto, reafirmou que os africanos são amaldiçoados. Ao apresentar sua defesa ao STF (Supremo Tribunal Federal), onde responde a processos por homofobia e racismo, ele negou que seja preconceituoso com o seguinte argumento, citando a Bíblia:
“[Os] africanos descendem de Cão [ou Cam], filho de Noé. E, como cristãos, cremos em bênçãos e, portanto, não podemos ignorar as maldições".
Explicou que é "como se a humanidade expiasse por um carma, nascido no momento em que Noé amaldiçoou o descendente de Cão e toda sua descendência, representada por Canaã, o mais moço de seus filhos, e que tinha acabado de vê-lo nu".
Argumentou que essa maldição tem sido curada com a conversão de africanos ao cristianismo, aos “caminhos do Senhor”. "Tem ocorrido isso. Milhares de africanos têm devotado sua vida a Deus e por isso o peso da maldição tem sido retirado."
A defesa foi protocolada no dia 21 pelo seu advogado Rafael Novaes da Silva.
Feliciano foi denunciado (acusação formal) ao STF pela Procuradoria-Geral da República por ter defendido em 2011 no Twitter essa interpretação da Bíblia sobre maldição dos negros e por ter afirmado que "a podridão dos sentimentos dos homoafetivos leva ao ódio, ao crime, à rejeição".
Na sua defesa, ele negou também que seja homofóbico e que não há lei que o impeça de manifestar a sua opinião.
A Folha de S. Paulo observou que, na defesa, Feliciano atrelou a sua atuação como pastor ao seu mandato parlamentar, diferentemente, portanto, do que disse recentemente como argumentação para não renunciar à presidência da Comissão dos Direitos Humanos.
Ontem, o deputado Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), presidente da Câmara, demonstrou irritação com Feliciano.
"Ele [Feliciano] não pode achar que é como coisa de criança: veste a roupa do Super-Homem, do Batman, e depois tira. Essa é a dificuldade dele, de achar que na Casa é o presidente da comissão e, quando sai, tira a roupa e vai pregar contra as minorias”, disse.
Fonte: Paulopes.
Nenhum comentário:
Postar um comentário