Igreja lança colônia "by Apóstolo Valdemiro Santiago"

Embalagem e frasco fazem referência
ao chapéu que  pastor usa em cultos
A Igreja Mundial do Poder de Deus lançou um frasco de 100 ml de colônia com a marca “Essencial by Ap. Valdemiro Santiago”. Está à venda no site da WS Music, editora e gráfica do pastor, por R$ 49,90 à vista ou em quatro parcelas de R$ 13,10. O custo do frete não está incluso. A tampa do frasco é em forma do chapéu usado em cultos por Valdemiro.

Se houver venda de pelo menos 1.000 frascos, o faturamento bruto do pastor será de R$ 49.800,00.

Diferentemente em relação a outros produtos da Mundial — como tijolinho de Deus, fronha milagrosa e toalhas e meias abençoadas —, o site não atribui nenhum poder sobrenatural à colônia “Ap Valdemiro Santiago”.

A Mundial não é a primeira igreja neopentecostal a entrar no negócio de fragrâncias.

Ao final de 2012, com vistas ao comércio de Natal, Estevam Hernandes e sua mulher Sõnia, fundadores e chefes da Igreja Renascer, lançaram o perfume “Inesquecível”, para homem, e o kit Divinessenc (perfume, creme hidratante e sabonete líquido), para mulher.

A bispa Fernanda, filha do casal, afirmou na época que os novos produtos “exalam o bom cheiro de Jesus”.

Fonte: Paulopes

E roubar?

Encarte do DVD do grupo gospel "Diante do Trono" faz sucesso na internet com uma advertência bíblica aos fiéis que fazem downloads ilegais dos trabalhos do grupo na internet.


Projeto de deputado evangélico pode acabar com casamento gay no Brasil

A resolução do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) que obriga aos cartórios de todo o Brasil a realizarem o registro de casamento entre pessoas do mesmo sexo pode ser derrubada através de um projeto de Decreto Legislativo (PDC) de autoria do deputado federal Arolde de Oliveira (PSD-RJ) (foto ao lado).

O parlamentar evangélico apresentou o projeto em 2013, logo após o CNJ divulgar sua resolução. À época, muitos líderes evangélicos criticaram a postura adotada pelo ministro Joaquim Barbosa, presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) e também presidente do CNJ.

A principal crítica à questão era que o CNJ não é uma instituição do estado, e sim uma entidade que congrega os juízes, e que portanto, não tinha poder para definir questões que envolvam a legislação.

Agora, o projeto de Oliveira está aguardando relatório da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), onde será votado antes de ser encaminhado ao plenário da Câmara dos Deputados. O texto já foi apreciado pela Comissão de Direitos Humanos e Minorias (CDHM), antes do recesso parlamentar, quando o pastor Marco Feliciano (PSC-SP) ainda comandava os trâmites da comissão.

Caso seja aprovado, o projeto suspenderá a obrigação imposta pelo CNJ aos cartórios. O deputado federal Pastor Eurico (PSB-PE), relator do projeto na CDHM, argumenta que a norma atual “extrapola as competências do CNJ, em suas atribuições de órgão regulador administrativo do Judiciário”.

Segundo Arolde de Oliveira, a preocupação principal é que se abram precedentes perigosos no que se refere ao Poder Judiciário: “A resolução, como um mero ato administrativo de conduta dos agentes públicos, atinge a esfera legiferante e abre um precedente temerário, porque os legítimos representantes do povo têm reduzida sua atuação por conta de um órgão administrativo e auxiliar do Poder Judiciário”, argumentou, em entrevista à Agência Câmara.

Fonte: Gospel Mais

É disso que se fala quando se diz "legislar em causa própria". 

Feliciano representa contra Porta dos Fundos no MP e quer R$ 1 milhão

Ainda rende muita polêmica entre os cristãos, em especial os católicos, o Especial de Natal de 16 minutos da produtora Porta dos Fundos veiculado no Youtube, com paródias sobre o nascimento de Cristo, sua família e crucificação. Até esta manhã, em apenas num link o vídeo já tinha alcançado 4,5 milhões de acessos.

O deputado pastor Marco Feliciano (PSC-SP), presidente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara, protocolou na última quinta-feira representação no Ministério Público de São Paulo (nº 8153/14, veja abaixo) para que a instituição investigue os humoristas por calúnia e difamação, e solicita que o MP denuncie a produtora e peça à Justiça que exclua o vídeo.

Feliciano pretende pedir indenização por danos coletivos, calcula R$ 1 milhão – dinheiro que, se o caso for à Justiça e lhe der ganho de causa, será destinado, segundo ele, aos hospitais das Santas Casas de Misericórdia.

Segundo o deputado a contato da Coluna, ele se ‘sentiu ofendido na sua condição de cristão’, e pede ‘medidas cíveis e criminais’. Procurada ontem à tarde, até o momento a assessoria da produtora não se pronunciou.

Nesta semana houve outra representação contra a Porta dos Fundos, no Ministério Público do Rio. O diretor da Associação Nacional Pró- Vida e Pró-Família, Hermes Nery Rodrigues, e o advogado, Paulo Fernando Melo, protocolaram Notitia Criminis (201400032051) para que o órgão ofereça denúncia na Justiça contra a produtora. Segundo o Pró-Vida afirma no documento, em “defesa dos valores morais e éticos da família'', houve “práticas de abusos'' dos humoristas.

A Associação representou contra os 30 integrantes da Porta dos Fundos, e não focou apenas o 'Especial de Natal', mas outros 12 vídeos produzidos e veiculados no Youtube, entre eles Adão, Arca de Noé e 10 Mandamentos.



Pastor da Igreja Universal é flagrado em vídeo espancando um pequeno cachorro de estimação

Pastor Caíque é da Igreja Universal do Reino de Deus, em São Bernardo do Campo, no ABC Paulista. Através de imagens de segurança, vídeo mostra o animal de estimação do religioso levando socos e chutes do dono, um grupo de ativistas o denunciou. Os detalhes na reportagem de Solange Boulos do Jornal do SBT.

Subsultura e o neopentecostalismo brasileiro

Por Cândido Mendes


A história da subcultura nos países subdesenvolvidos vive de uma dinâmica de desgarre, de frustrações e sobressaltos de um quadro histórico desamparado da consciência crítica; de inércia crescente das elites instaladas e de crescimento vegetativo da população no fluxo dos eixos migratórios, tangidos pela busca de oportunidade de trabalho.

O evento evangélico recente colhe essa nova decantação social em que se desenraizou o apelo matricial da Igreja Católica, e vinga uma convocatória às satisfações imediatas das expectativas coletivas, de retribuições simbólicas que permitem a acolhida eletrônica de massa e o salvacionismo de auditório. Esse evangelismo colhe a marginalidade errante do país, num simulacro da liturgia católica, mas na tangibilidade de retribuições, nas interações de reconhecimento comunitário. Desde os seus bispados ostensivos – em confronto com a modéstia do pastoreio luterano – até o mais solene e elaborado dos dísticos, seus letreiros pateticamente góticos, buscando um intemporal do recado, e de sua convocatória em nossos dias.
Nas faixas exaustas de destituídos em toda a América Latina, despertaria assim um chamamento, como o evangélico é um fenômeno estrito da nossa subcultura e da sua exploração como um dado da mudança brasileira, no empreendedorismo desenvolto da igreja do bispo Macedo e similares. Nesse quadro crítico, estão nos neopentescostismos denominações como a Universal do Reino de Deus, o “Evangelho Quadrangular”, “Deus é Amor” e a “Casa da Bênção”. Esses comportamentos se distinguem do empenho das demais redes particulares de ação tão fecunda e consequente no avanço da dignidade humana entre nós. A Universal vai à convocatória da fé num país de destituição radical, como uma commodity literal, a ser vivida, nas suas compensações simbólicas imediatas, e na reiteração quase que terápica de suas certezas.

Esse protagonismo sintetiza as complacências de uma subcultura no campo da crença que a desses autodenominados pastores, da igreja do bispo Macedo, sem qualquer explicitação de suas credenciais, alinhados pela repetição de seus formulários, no mais elementar das prédicas, entoados do Amargedon, periódico dos estádios, à reunião enfarpelada nos seus templos. Obedecem à retórica de um congraçamento do curandeirismo da alma, que não chega, sequer, a precisar dos lances de uma terapia de grupo, que marcaria, por exemplo, o evangelismo dos grupos desvalidos nos Estados Unidos.

Historicamente, a pregação de Edir Macedo remeter-se-ia aos pastores do Deep South e às “opções por Cristo” nos estádios americanos. E é de imediato que ela ganhou extrema criatividade, no trinômio de “pregação, sideração e controle”, pelo qual esse evangelismo emergiu como fenômeno genuinamente brasileiro nas culturas de orla, ou de marginalidade, do país dos excluídos.

O evangelismo se concentra numa tônica que é, de fato, a do anúncio da assistência divina direta, para além, inclusive, de qualquer escatologia de vinda do reino, traduzível na mudança da situação imediata, de opróbrio ou destituição. Nada de comum nessa pregação acomodatícia, inclusive, à Teologia da Libertação e de um profetismo prospectivo que acontecia paralelamente no catolicismo brasileiro.

Sangue em nome de Deus

As 3 grandes religiões monoteístas - cristianismo, judaísmo e islamismo - pregam a paz, a tolerância, a compaixão e o amor ao próximo. Mesmo assim, elas deixaram suas marcas em guerras e banhos de sangue ao longo da história. Para alguns pesquisadores, uma explicação estaria na própria lógica do monoteísmo: se apenas o "meu" Deus é verdadeiro, os "outros" certamente são falsos - e seus seguidores, infiéis. "As religiões são diferentes, mas todas elas exigem a mesma exclusividade", diz o historiador britânico Christopher Catherwood, da Universidade de Cambridge, na Inglaterra.

Foi assim com os judeus, os primeiros monoteístas, que reivindicaram uma aliança especial com Deus há 4 mil anos (leia mais na reportagem da pág. 22). Sua noção de "povo eleito" foi atacada por João Crisóstomo e outros patriarcas da Igreja Católica, que no século 4 qualificaram os seguidores do judaísmo de filhos do Diabo e inimigos da raça humana. Em 325, o 1º Concílio de Nicéia culpou-os pela morte de Jesus - uma acusação só retirada em 1965, no Concílio Vaticano 2º, e que insuflou 2 mil anos de injúrias e matanças. Durante a Inquisição, por exemplo, milhares de judeus foram parar na fogueira; outros tantos se converteram em massa à fé cristã, já que o batismo era a única chance de salvação.

No século 7, foi a vez de o islã tentar impor a primazia de seu Deus sobre os demais. Os exércitos de Maomé partiram da Arábia para invadir o Oriente Médio, o norte da África e a Espanha. "O objetivo da expansão não era tanto econômico ou político, como no imperialismo ocidental do século 19, mas a conquista em nome da fé, que eles acreditavam ser a verdadeira", diz Catherwood. Reconhecidos como "povos do livro", judeus e cristãos puderam manter sua fé desde que pagassem altos tributos - e, dependendo do governo em exercício, sofriam perseguições.


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