Bebê morre porque fanática religiosa impediu transfusão

Um recém-nascido morreu no HGF (Hospital Geral de Fortaleza) porque sua avó, uma fanática religiosa, não deu autorização para que os médicos salvassem a criança por intermédio de uma transfusão de sangue.

A avó é seguidora da igreja fundamentalista Testemunhas de Jeová, cujos dirigentes (autodenominados Corpo Governante) proíbem que os fiéis sejam submetidos a esse procedimento da medicina porque acreditam que contraria a Bíblia.

A mãe do bebê pediu ao hospital que aplicasse a transfusão, mas, por ela ser menor de idade, tem 15 anos, prevaleceu a determinação da avó.

Assistentes sociais do hospital solicitaram ao MPE (Ministério Público Estadual) que interviesse no caso, mas não houve tempo porque o bebê não resistiu à sua doença.

Sebastião Ramos de Oliveira, presidente da ABRAVIPRE (Associação Brasileira de Apoio às Vítimas de Preconceito Religioso), afirmou ser “revoltante” saber que “mais uma vida foi ceifada por uma doutrina religiosa planejada, ensinada e aplicada em terras reconhecidamente laicas”.

A Promotoria de Justiça de Defesa da Infância e Juventude do Ministério Público vai denunciar (acusação formal à Justiça) a avó por crime. “Entendemos que a avó, ao não permitir que a criança tomasse sangue, assumiu o risco pela morte da criança, é isso pode ser tratado como homicídio doloso”, disse a promotora Antônia Lima.

Oliveira, que já foi Testemunha de Jeová, quer também quer que a Torre de Vigia (espécie de pessoa jurídica da igreja) também seja responsabilizada pela morte do bebê, conforme representação que ele enviou ao MPE.

Para ele, não seria justo a punição de uma pessoa que, por natureza, é refém de uma ideologia religiosa, extremamente fundamentalista. Quem deveria responder judicialmente por mais este crime é a Associação Torre de Vigia de Bíblias e Tratados (espécie de pessoa jurídica da igreja), que representa a religião no Brasil, além da Associação Bíblica e Cultural de Fortaleza, que no Estado do Ceará representa a congregação.

O presidente da ABRAVIPRE explica que as duas entidades são protagonistas de doutrinas que violam a lei da liberdade religiosa e os direitos fundamentais da pessoa humana, o que, inclusive, já foram denunciadas pelos Ministérios Públicos Federal e Estadual por crime de preconceito religioso. Lei Federal nº 7.716.

"Sabemos muito bem que o "Corpo Governante" se autodenomina "O representante de Deus na terra", disse. "Na visão dessa mãe, como poderia ela ir contra o que acredita ser uma ordem direta do próprio Deus? A pressão exercida e o medo de ser "condenada" por "desobedecer a Deus" e/ou de sofrer as consequências por ser desassociada [expulsa da igreja] é tão forte que alguns acabam cedendo. Eles preferem pôr o fervor religioso à frente da própria vida em si. O mal tem que ser cortado pela raiz.

A tendência da Justiça é conceder autorização para a transfusão de sangue, isto quando, obviamente, a solicitação feita por médicos ou parentes é apresentada a tempo de salvar o paciente.

Em setembro de 2013, por exemplo, o juiz Elleston Lissandro Canali, de Tubarão (SC), autorizou um hospital a fazer a transfusão de sangue em um bebe filho de Testemunhas de Jeová.

No entendimento do juiz, o artigo 5º da Constituição assegura a todos o direito à vida, com prioridade sobre outros direitos, incluindo o da liberdade de crença.

Fonte: Paulopes

Comissão aprova que igrejas possam questionar leis no STF

da Agência Câmara

João Campos (PSDB-GO), autor do projeto, é líder
da Frente Parlamentar Evangélica
A Comissão de Constituição e Justiça da Câmara dos Deputados aprovou, nesta quarta-feira, 27, a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 99/11, do deputado João Campos (PSDB-GO), que inclui as entidades religiosas de âmbito nacional entre aquelas que podem propor ação direta de inconstitucionalidade e ação declaratória de constitucionalidade ao Supremo Tribunal Federal (STF)

Entre estas entidades estão, por exemplo, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), o Supremo Concílio da Igreja Presbiteriana do Brasil e a Convenção Batista Nacional. A PEC será analisada por uma comissão especial e, em seguida, votada em dois turnos pelo plenário.

Atualmente, só podem propor esse tipo de ação o presidente da República, a mesa do Senado Federal, a mesa da Câmara dos Deputados, a mesa de Assembleia Legislativa ou da Câmara Legislativa do Distrito Federal, governadores de Estado ou do Distrito Federal, o procurador-geral da República, o Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil, partidos políticos com representação no Congresso Nacional e confederações sindicais ou entidades de classe de âmbito nacional.

Para João Campos, a PEC significa uma “ampliação da cidadania e do acesso à Justiça”. “Alguns temas dizem respeito diretamente às entidades religiosas. A questão da imunidade tributária, por exemplo, assim como a liberdade religiosa e o ensino religioso facultativo, entre outros. Se tivermos em algum momento alguma lei que fere um desses princípios não teríamos como questionar isso no Supremo. Com a proposta, estamos corrigindo uma grave omissão em que o constituinte incorreu ao deixar essa lacuna”, argumentou o autor da PEC 99/11.

Bancada evangélica é ovo do nazismo, afirma frei Betto

O escritor e teólogo Frei Betto disse que a bancada evangélica — um movimento político-religioso fundamentalista, ressaltou — ameaça a democracia brasileira porque equivale ao “ovo da serpente” dos anos 30 do qual nasceu o nazismo.

Naquela época, na Alemanha, disse, “depois que a coisa esquentou é que muito gente se deu conta” do monstro que tinha sido gerado.

A Frente Parlamentar Evangélica, à qual Frei Betto se referiu, é presidida pelo deputado João Campos (PSDB/GO). É composta por deputados (a maioria) e por senadores de diferentes partidos, no total de 79.

Ela tem se destacado por ser contra, por exemplo, as propostas de igualdade aos homossexuais. Se pauta principalmente por uma leitura conservadora da Bíblia. Um de seus integrantes, Marco Feliciano, é presidente da Comissão de Direitos Humanos e Minoria da Câmara.

Frei Betto (foto), ao falar a cerca de mil lideranças católicas no 9º Encontro Nacional Fé e Política, no final de semana, no campus da UCB (Universidade Católica de Brasília), se mostrou preocupado com os “segmentos religiosos [evangélicos] que estão cada vez mais partidarizados”.

“Não tenho nada contra os evangélicos, tenho contra essa bancada.”

Defendeu o laicidade: “O Estado e os partidos não devem ter religião, mas respeitar a diversidade do pluralismo religioso”.

“Precisamos abrir o olho porque está sendo chocado no Brasil o poder fundamentalista de confessionalização da política”, afirmou. “Isso vai dar no fascismo.”


Fonte: Paulopes

Pastor é condenado a 7 anos de prisão por estupro de jovem

por Guto Pereira para o Diário Web

O pastor Ezechiel de Oliveira e Silva foi condenado a oito anos e 7 meses de prisão pelo estupro de uma fiel que frequentava sua igreja em Jales (a 586 km de São Paulo). O crime aconteceu em 2008 e na época a vítima S.T.M. tinha 14 anos. A decisão é do Tribunal de Justiça de São Paulo e saiu no dia 7 de novembro.

A secretaria do TJ expediu ofício para a 3ª Vara Judicial de Jales informando sobre o acórdão, que também determina a prisão imediata do réu. O pastor deve cumprir a pena inicialmente em regime fechado. A sentença é assinada pelo desembargador Julio Caio Farto Salles.

Ezechiel deixou a cidade de Jales com a família – ele é casado e tem um filho – logo após o escândalo e seu paradeiro atual é desconhecido.

Além do estupro ele já foi condenado por tráfico de drogas. Atualmente estaria num município da Grande São Paulo.

Em 2010, no julgamento em primeira instância, ele foi absolvido pelo juiz José Pedro Curitiba. Alegou que a menina havia inventado a “estória” porque tinha rompido o namoro com seu filho.

O Ministério Público Estadual recorreu da sentença e agora conseguiu no TJ uma condenação por unanimidade.

O relator Farto Salles afirma que o acusado se aproveitou das necessidades econômicas que a família da vítima passava – além de frequentar a igreja mãe e filha prestavam serviços domésticos na casa do pastor – para abusar da garota.

Ezechiel chegou a pagar parte dos custos da festa de 15 anos da menina. Em depoimento a mãe de S. justificou a presença do acusado no aniversário. Disse já saber dos fatos, “mas não quis tirar a festa da filha, pois os amigos já haviam sido convidados, sendo ainda parte das despesas paga por ele, que também devia dinheiro por conta de serviços da faxina prestados pela testemunha na igreja”.

O acórdão confirma ainda que, embora não tenha havia conjunção carnal, em três ocasiões o réu tentou abusar da vítima e em duas delas chegou a tocar seus órgãos íntimos. A ação traz ainda o depoimentos de outras duas testemunhas que confirmaram terem sido assediados pela pastor.

Em alguns vídeos na internet Ezechiel aparece pregando em várias igrejas evangélicas do Estado, como Assembleia de Deus entre outras.

A direção da Assembleia de Deus em Jales negou que ele faça parte do quadro de pastores e disse desconhecer o caso.

A reportagem também tentou contato com dois advogados do acusado, mas teve retorno de apenas um deles. Debora Andrade Ghirotti, que hoje trabalha em Lençóis Paulista, confirmou que fez a defesa na fase inicial do processo, mas deixou o caso há mais de dois anos.

Segundo ela, o atual patrono da ação é o advogado José Bonifácio dos Santos, do município de Osasco. Bonifácio foi procurado em seu escritório, mas o telefone não atendeu as ligações.

Políticos evangélicos adotam oratória do terror, diz estudiosa

por Magali do Nascimento Cunha

Lideranças políticas evangélicas continuam usando a boa fé de pessoas das igrejas para desinformar, confundir e criar medo com a finalidade de alcançar apoio para impedir a votação de projetos no Congresso Nacional que avançam no campo dos direitos humanos e sociais.

Os exemplos mais recentes são a renovada campanha do deputado federal presidente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara pastor Marcos Feliciano contra a aprovação do Projeto de Lei da Câmara 122/2006, e a intensa defesa do senador Magno Malta da diminuição da maioridade penal.

Com um argumento a mais aos já apresentados, em especial o de que o PLC 122 fere a liberdade de expressão (grupos que pregam a homossexualidade como pecado passariam a ser enquadrados como homofóbicos), de acordo com o deputado Feliciano, o texto atual sob a relatoria do senador Paulo Paim (PT-SP) abre brecha legal para a prática da pedofilia.

Qualquer pessoa que acesse o texto e o teor da proposta e tenha bom senso reconhece que a denúncia do presidente da Comissão de Direitos Humanos é incabível, afinal uma questão básica: se a pedofilia é um crime, segundo as leis do país, como uma lei que nasce no poder legislativo poderia incitar a pedofilia?

O deputado Feliciano alega que o estímulo à pedofilia está presente em dois termos acrescentados ao texto do PL 122: “[O senador] Paulo Paim deu parecer favorável ao substitutivo e apesar de incluir no Projeto a ‘proteção ao direito dos religiosos’, acrescenta as palavras ‘orientação sexual’ e ‘gênero’. Com o acréscimo das palavras o texto não só desconstrói os valores da sociedade brasileira, como também abre precedente para a proteção ao crime de pedofilia”, alegou o deputado federal pelo PSC-SP. Confira aqui o relatório do senador Paim.

Vale registrar que tal crítica da parte do deputado Feliciano emergiu após as recentes declarações públicas do senador Paulo Paim de que as demandas de grupos religiosos, após várias audiências públicas, foram atendidas no relatório para que ficasse claro que o direito constitucional de liberdade de crença deve ser garantido e preservados os espaços de culto.

Nesse sentido, a pregação religiosa que usa textos sagrados para ensinar que a prática homossexual é pecaminosa não pode ser julgada e continuará sendo livre para ser realizada (diga-se, assim como se dá com a pregação contra o divórcio ou o controle da natalidade na Igreja Católica ou contra o serviço militar ou a transfusão de sangue entre as Testemunhas de Jeová).

O que será julgado são manifestações discriminatórias que passam por impedimento no acesso a locais públicos e privados abertos ao público e de manifestações de afeto nesses mesmos locais, injúria (agressão verbal, insultos) e violência física por conta de orientação sexual e de gênero. O novo artigo 8 do projeto, destacou Paim, acrescenta, no que é referente ao impedimento de manifestações afetivas em local público ou privado aberto ao público: "resguardado o respeito devido aos espaços religiosos".

A atitude apelativa do deputado Feliciano para encontrar, forçosamente, traços de incitação à pedofilia no projeto leva a pensar que o que se defende, de fato, não é garantir liberdade de expressão para a compreensível defesa dos bons costumes e da família tradicional. Com esta ação, estaria sendo defendido, sim, o direito de insultar e injuriar pessoas homossexuais, identificadas por uma parcela de religiosos não apenas como pecadoras, mas como pervertidas e criminosas pedófilas, e, de quebra, permitir que violência física, inclusive com morte, continue sendo praticada contra esses cidadãos.

Sobre a questão de que a liberdade de expressão para a defesa da família será negada caso a nova lei seja aprovada, o jornal Folha de São Paulo, já em 2010, ouviu seis especialistas em direito constitucional: o ministro Marco Aurélio Mello, do Supremo Tribunal Federal, um segundo ministro do STF, que falou em caráter reservado, Ives Gandra da Silva Martins, Virgílio Afonso da Silva, Conrado Hübner Mendes e Octavio Luiz Motta Ferraz. São unânimes: o projeto é constitucional e não ameaça a liberdade de expressão.

O principal argumento é o fato de a Constituição dizer em dois artigos (3º e 5º) que a discriminação e o preconceito deverão ser combatidos pela lei. É o que já ocorre, por exemplo, com a prática do racismo, cuja condenação legal é aceita desde 1988. O que o projeto anti-homofobia faz é considerar a atitude homofóbica tão criminosa quanto a racista. Não há a "criação" de um crime novo.

É importante compreender que o projeto encaminhado pela Câmara, que desde a primeira apresentação tem oposição da Bancada Evangélica, propõe tratar a homofobia como crime e, depois de ter passado por várias comissões e relatorias, contrariamente ao que divulgam lideranças evangélicas, não é um projeto exclusivo sobre homofobia.

Na versão que está por ser votada no Senado, o PLC122 em conjunto com a Lei nº 7.716 tornará crime qualquer discriminação contra negros, idosos, pessoas com deficiência, contra grupos religiosos e também a que seja praticada por gênero, identidade de gênero e por orientação sexual, não beneficiando somente um grupo. Conheça todo o processo que envolve o PLC 122 clicando aqui.

São vários os espaços de religiosos na internet que estão replicando a recente acusação do deputado Marco Feliciano e disseminando desinformação e a retórica do terror. Títulos como "Lei que extingue a família será votada na próxima semana" ou "Projeto que ameaça a familia voltará a ser votado" estão entre as muitas chamadas para que pessoas das igrejas atentem para o tema e iniciem uma cruzada contra a legislação anti-homofobia, que consequentemente defende a garantia do direito à violência verbal e física contra pessoas que vivem a sexualidade diferentemente dos padrões sexuais tradicionais.

Classificando menores infratores como “homens travestidos de crianças”, o senador evangélico Magno Malta (PR-ES) defendeu no Plenário do Senado, em 12 de novembro, a sua Proposta de Emenda à Constituição (PEC) nº 90/2003, que tem como objetivo aprovar a redução da maioridade penal para 13 anos, no caso de crimes hediondos.

O projeto está sendo analisado pela Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) e o voto do relator, senador Ricardo Ferraço (PMDB-ES), é pela rejeição. Na sessão de 12 de novembro, os membros da comissão pediram vista coletiva do projeto, que tramita em conjunto com outras cinco proposta sobre o mesmo tema.

Em plenário, Magno Malta informou que deverá propor uma alteração a Ricardo Ferraço, na tentativa de viabilizar a aprovação da PEC, para incluir a previsão de criação de centros de treinamento esportivo nos quais os jovens infratores com idade a partir de 13 anos possam ser internados para praticar esportes de alto rendimento simultaneamente ao cumprimento de suas penas criminais.

Magno Malta alegou que a sociedade, sobretudo a população de baixa renda que enfrenta diretamente o problema da violência praticada por menores, não ter sido ouvida para opinar sobre a necessidade de redução ou não da maioridade penal. "Tem que debater com o povo na rua, com quem está no ponto de ônibus, com quem vive a insegurança da noite e do dia. Vá perguntar para o motorista de ônibus. Vá perguntar para o trocador de ônibus. Esses sim, conhecem a violência imposta por esses homens travestidos de criança, que estão nas ruas sob a proteção de meia dúzia de pessoas que filosoficamente entendem que eles [os menores] tem que continuar matando", disse.

Esse é um dos principais assuntos tratados pelo senador nos últimos meses, o que teria como objetivo, segundo analistas, tratar de um tema que move emocionalmente a opinião pública a fim de fortalecer o Partido da República(PR) para ampliar espaço na Esplanada num eventual segundo mandato de Dilma Rousseff ou fortalecer seu próprio nome, com vistas às eleições para governador de seu estado, o Espírito Santo.


Fonte: Paulopes

Deputado propõe distribuição de 'Kit Bíblico' às escolas de SP

O deputado Rodrigo Moraes (foto), da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo, apresentou projeto de lei que cria o “Kit Bíblico Educativo”.

Se passar pelas comissões relacionadas ao tema e obtiver aprovação do plenário, o kit, às custas dos contribuintes, será distribuído à rede de ensino básico público e privado, para estudantes, portanto, de 6 a 12 anos. Ele conterá histórias escritas com base na Bíblia.

Moraes é do PSC e está ligado à Igreja Mundial do Poder de Deus. Seu argumento é de que o projeto visa “amenizar os conflitos nos lares, nas escolas, nas ruas e na sociedade em geral”.

Ele acredita que poderá resolver problemas sociais com a Bíblia. Disse que jovens vêm tendo “problemas psicossomáticos” e sendo “encarcerados” por desconhecerem a “palavra de Deus”.

Moraes destacou que o seu projeito de lei leva em conta “as diversas religiões existentes no país”. Mas não explicou por que o kit tem como base o livro sagrado apenas dos cristãos.

Fonte: Paulopes

Igrejas pressionam Estados a isentar templos de imposto sobre água e luz

Uma ofensiva de bancadas evangélicas pelo país levou ao menos 11 Estados a criar ou a analisar a isenção de ICMS para igrejas em contas de luz, água e telefone.

Leis sobre o assunto já foram sancionadas em cinco Estados (Santa Catarina, Paraná, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Rio Grande do Sul). As dos dois últimos são as mais recentes, neste ano.

A reportagem é de Felipe Bachthold e publicada pelo jornal Folha de S. Paulo de 19 de outubro de 2013.

As justificativas vão desde promover "maior eficácia à liberdade religiosa" a contribuir para o trabalho social das igrejas. Em algumas Assembleias, como a de São Paulo, a proposta ainda está sob análise dos deputados.

Entre os autores há parlamentares do PRB, partido ligado à Igreja Universal. Alguns projetos são "clonados" e têm trechos iguais em diferentes partes do país.

A Folha procurou os governos dos Estados onde a lei já existe e questionou sobre quanto deixa de ser arrecadado com a isenção. Apenas Santa Catarina fez uma estimativa: o governo afirma que há uma perda de R$ 2,8 milhões por ano com o benefício dado a 9.500 templos.

Em outros Estados mais populosos, como o Rio, primeiro a adotar a norma, o valor tende a ser superior. Nas contas de energia e telefone, o ICMS cobrado costuma ser de 25% do valor da despesa.

No Paraná, o governo local recorreu ao Supremo Tribunal Federal para derrubar a lei, mas perdeu a causa.

No julgamento, em 2010, os ministros consideraram que a Constituição garante imunidade a impostos a "templos de qualquer culto".

Em ao menos quatro Estados, governadores já vetaram leis desses tipo porque entenderam que a Constituição fala em isentar a tributação sobre renda e patrimônio, e isso não envolve um imposto de mercadorias e serviços.

Em Mato Grosso, a lei concedendo o benefício foi vetada no governo passado, mas a bancada evangélica voltou a tentar emplacá-la agora.

Deputados autores desses projetos afirmam que a cobrança de ICMS é ilegal e que não estão criando um benefício novo, mas regulando algo previsto na Constituição.

O deputado estadual Gilmaci Santos (PRB-SP), autor de proposta sobre o assunto, diz que a ideia veio de grupos evangélicos com os quais tem contato. "Em igrejas maiores, com vários templos, as contas ficam lá em cima e pesam bastante", diz Santos, que é pastor da Universal.

O procurador do Estado do Paraná Cesar Binder, que atuou na causa no STF, afirma que, ao estabelecer uma lei como essa, o governo abre mão de receita e corre o risco de desrespeitar a Lei de Responsabilidade Fiscal.

"Pode levar ao descontrole. Se todas as aquisições [compras] são isentas ou não incidem tributo, vira o caos. Todo dia são realizadas milhares de operações por essas pessoas, templos e igrejas."

Em Estados como Pernambuco e Paraíba, a iniciativa não avançou no Legislativo.

O professor de sociologia da USP Ricardo Mariano, que pesquisa religiões, vê na iniciativa "corporativismo" da bancada evangélica, que coincide com o aumento do poder político desse grupo.

Ele afirma que os deputados eleitos como representantes de igrejas precisam mostrar serviço para fiéis e tentam obter privilégios, como financiamento público para suas atividades. "A isenção do ICMS é parte de um fenômeno mais amplo", diz.

Fonte: IHU

Ipatinga (MG) reserva vagas em ruas para carros de líderes religiosos

Foi promulgada pela prefeita de Ipatinga (MG), Cecília Ferramenta (PT), a Lei municipal nº 3.238 de autoria do vereador Werley Glicério Furbino de Araújo (foto), conhecido como Ley do Trânsito (PSD), que dispõe sobre a reserva de vagas de estacionamento nas ruas frontais e laterais das igrejas para os ministros religiosos estacionarem seus veículos.

O vereador, que também é presidente da Câmara, disse que a sua lei não prejudicará a população porque a reserva de vagas só vale das 18 às 22h de segunda-feira a sexta; das 13 às 22h aos sábados; e das 8 às 22h aos domingos. Ele enfatizou ainda que espera que essa lei faça com que os ministros religiosos tenham a tranquilidade de chegar para os cultos, celebrações ou missas, sem ter que ficar rodando à procura de local para estacionar, o que acaba, em muitos casos, atrasando o início dos trabalhos.

Quem ocupar as vagas dos líderes religiosos nesses horários será multado. O vereador não informou o número de sacerdotes que será beneficiado pela nova lei nem quantos templos a cidade possui. Ipatinga tem cerca de 240 mil habitantes e fica a 209 km de Belo Horizonte. Alguns de seus templos (evangélicos e católicos) ficam em locais de intenso trânsito.

O vereador, que é acusado pelo Ministério Público de fraude, disse ainda que formulou a lei atendendo aos pedidos de “amigos e ministros religiosos de diferentes crenças”.

Com informações do Diário Popular e do G1

Mundial pede a fiéis que finjam cura para igreja arrecadar mais

Uma carta da Igreja Mundial pede a fiéis que, em testemunhos nos programas da TV da igreja e em viagens a templos, finjam que foram curados de doenças e que são ex-drogados ou ex-aleijados, de modo que assim incentivem o aumento das contribuições, o suficiente para ajudar na compra do canal 32, da MTV. A Editora Abril estaria vendendo a emissora por R$ 500 milhões.

O colunista Daniel de Castro, do Uol, informou que várias cópias da carta foram encontradas em uma sala do templo da Mundial da Avenida João Dias, na zona sul de São Paulo. Nela, há um espaço em branco para que o fiel coloque o seu nome [ver reprodução abaixo].

A carta diz que se trata de um pedido “feito diretamente pelo apóstolo Valdemiro Santiago” (foto) e que haverá uma "ajuda de custo" no caso de viagem. Acrescenta que quem não puder colaborar deve destruir o impresso, sem falar dele para ninguém.

A Mundial foi questionada pelo portal Uol, e o bispo Jorge Pinheiro, da direção da igreja, apenas respondeu que “a informação não procede”, deixando de explicar, portanto, a origem das cópias da carta encontradas no templo.

A Mundial está sob forte crise financeira em decorrência, entre outros motivos, de desvio do dízimo por parte de alguns de seus próprios pastores. Um deles seria Josevaldo, que até recentemente era o segundo na hierarquia da denominação. Ele cuidava das finanças e da administração da Mundial. Valdemiro o transferiu para bem longe, Portugal.

De acordo com um porta-voz da Igreja que falou à Istoé, o que houve é que uma “quadrilha de pastores ladrões se infiltrou na Igreja” e que Josevaldo nada tem a ver com isso. Contudo, o ex-segundo da Igreja tem se mantido calado, longe de jornalistas, apesar das insinuações publicadas na imprensa e internet que envolvem o seu nome.

No caso da carta que pede a fiéis que enganem telespectadores, com relatos de curas milagrosas, trata-se de um crime que deveria ser apurado pelo Ministério Público.
 

Fonte: Paulopes

Governador de Rondônia entrega chave do estado a Deus

O governador Confúcio Moura (PMDB), o de gravata na foto abaixo, em parceria com o deputado estadual Edvaldo Soares (PMDB), entregou a chave do estado para Deus. A cerimônia ocorreu no dia 4 de outubro em Ji-Paraná, cidade que fica a 373 km de Porto Velho, durante o evento gospel “Clama Jipa”, que contou com a presença de cantores gospel como André Valadão e David Quinlan.

De acordo com a imprensa de Rondônia, o governador teria liberado verba para a realização do evento.

Moura e Soares estão sendo acusados por seus adversários de usar verba oficial e máquina administrativa pública para fazer campanha com vistas às eleições de 2014.


Fonte: Info Rondônia

Mais um passo para a teocracia: Evangélicos passam a controlar mais um partido, o Pros

O Pros (Partido da República e Ordem Social), a 31ª legenda política do país, nasceu oficialmente na terça-feira (24) já sob o controle de evangélicos. Seu presidente é o evangélico Eurípedes Júnior, ex-vereador de Planaltina (GO). Ele anunciou que candidatos da legenda que se elegerem nas próximas eleições deverão reforçar a bancada evangélica. O novo partido apoia o governo da presidente petista Dilma Rousseff.

Como é de se esperar, há evangélicos, católicos e adeptos de outras religiões em todos os partidos. O presidente da Frente Parlamentar Evangélica, João Campos, por exemplo, é do PSDB de Goiás. Alguns partidos, contudo, chamam a atenção porque a maioria (ou uma parte significativa deles) de seus representantes na Câmara dos Deputados age e toma iniciativa como religiosos que seguem a Bíblia, e não como políticos que deveriam se orientar, antes de tudo, pela Constituição, que determina que o Estado brasileiro é laico.

Um desses partidos é o PSC (Partido Social Cristão), ao qual é filiado o polêmico deputado e pastor Marco Feliciano, que representa no momento o que há de mais retrógrado na política brasileira. Outro partido com forte influência religiosa é o PRB (Partido Republicano Brasileiro), que é tido como o braço político da Igreja Universal.

Um de seus filiados é Marcelo Crivella, pastor licenciado e sobrinho de Edir Macedo, chefe da Universal. Crivella é o atual ministro da Pesca, um ministério inexpressivo que, mesmo assim, tem se prestado a muita politicagem.

Em junho de 2012, a Justiça Eleitoral aprovou o PEN (Partido Ecológico Nacional), que está ligado à Assembleia de Deus, a denominação religiosa com a maior representação política na Câmara. Quando o partido foi lançado, a expectativa de Adilson Barroso, seu presidente, era de que a sigla atraísse deputados do PSC.

Até agora, pelo menos um nome famoso já manifestou intenção de se filiar ao Pros. É o ex-jogador e evangélico Marcelino Carioca. Ele pretende concorrer a deputado estadual por São Paulo nas próximas eleições.

O Pros está usando o Fundo Partidário para atrair lideranças estaduais que já tenham mandato na Câmara. O partido vai receber por ano cerca de R$ 30 milhões do fundo .

Este parece ser mais um passo do movimento teocrata evangélico que vem aos poucos se embrenhando e ganhando espaço na política brasileira.

Fonte: Férias do Clark

Chefe evangélica pressiona funcionária a se converter

A Vale Transporte Metropolitano S/C Ltda. vai ter de indenizar em R$ 5.000 a sua ex-funcionária Josicleia Aparecida Alves, que, católica, foi discriminada e perseguida pela sua chefe (que nos autos é denominada de “sra. Mariles”), para que fosse convertida à religião evangélica.

O valor será atualizado com juros e correção monetária, a partir da data em que a reclamação trabalhista foi ajuizada.

A católica estava reivindicando R$ 50 mil por danos morais. A quantia foi considerada excessiva pelo TST (Tribunal Superior do Trabalho) do Paraná (9ª Região).

De acordo com o processo judicial, em 2010 a Mariles com frequência dizia a Josicleia para virar evangélica porque somente assim ela se libertaria do mal e se tornaria uma boa funcionária.

A ex-funcionária relatou que a então sua chefe levava uma vez por semana o pastor Francisco Mitsuo Kogima no local de trabalho para fazer pregações e exorcismo. O comparecimento dos funcionários era obrigatório.

”Os empregados católicos eram tratados com extremo rigor e hostilizados com frequência”, disse Josicleia,cuja função era caixa.

Um representante da empresa e marido da “sra. Mariles” negou que sua mulher perseguisse os católicos, mas admitiu que o pastor Kogima celebrou um culto para os funcionários.

Disse que Mariles,que era responsável pelo setor financeiro da empresa, chamou o pastor porque ficou nervosa com o sumiço de R$ 80 mil.

No entendimento do TST, foi comprovado que Josicleia foi vítima de intolerância religiosa, sendo atacada em suas convicções.



Fonte: Férias do Clark.

Valdemiro pede R$ 21 milhões a fiéis para pagar dívida

Mais uma vez o apóstolo Valdemiro Santiago (foto), chefe da Igreja Mundial do Poder de Deus, fez na TV cara de bebezão manhoso que solta lágrimas de crocodilo.

Desta fez vez o religioso embargou a voz para pedir aos fiéis R$ 21 milhões, de modo que possa pagar dívidas da igreja, entre as quais o aluguel de horário do Canal 21, da Rede Bandeirantes, e de emissoras de rádio. Aluguel de templos também está atrasado.

Apontada pelo IBGE como a igreja neopentecostal que mais cresceu nos últimos anos, a Mundial está em crise financeira, embora até a semana passada corresse boato de que ela estaria comprando a rede de TV CNT, o que se revelou não ser verdade.

Na avaliação de um estudioso em religiões consultado pela Folha de S.Paulo, as dificuldades financeiras da Mundial se devem ao fato de ela não ter nenhum controle contábil do dinheiro que entra. Além disso, as classe C e D já não acreditam tanto nas curas milagrosas do chorão.

A guerra que Edir Macedo, chefe da Universal, abriu contra a Valdemiro também afetou a arrecadação da Mundial, na avaliação desse estudioso, que pediu que seu nome não fosse revelado.

Macedo jogou duro contra o seu ex-pupilo, acionando a TV Record para mostrar as fazendas de criação de gado que Valdemiro tinha no Mato Grosso, no Pantanal. Fazendas compradas com o dinheiro do dízimo.

Se a crise se agravar, a Mundial tende a ser mais uma igrejinha evangélica, como as milhares que existem no país, na avaliação do estudioso.

Fonte: Paulopes

Para evangélicos americanos, doente mental pode se curar só com leitura da Bíblia

Praticamente metade dos evangélicos, fundamentalistas ou cristãos dos Estados Unidos acredita que o doente mental pode ser curar sozinho, sem recorrer aos médicos, apenas se valendo da força das orações e da leitura da Bíblia.

A Life Way Research fez por telefone no dia 6 de setembro a seguinte pergunta, entre outras, a 1001 pessoas: “Com apenas o estudo da Bíblia e oração, a pessoa com doença mental grave, como depressão, transtorno bipolar e esquizofrenia poderia sozinha se curar?”

Do total dos religiosos, 48% responderam que sim.

Detentos evangélicos espancam colega por criticar música gospel

Detentos evangélicos da cela três da cadeia da 1ª Delegacia Metropolitana de Aracaju (Sergipe) deram uma surra durante um culto em Marcos Antônio Lima dos Santos, 22, por ter reclamado que eles estavam cantando música gospel muito alto, além de bater palmas.

Santos disse ter ficado com dor de cabeça de tanto ouvir aquela música. Quando foi socorrido pelo carcereiro, ele tinha dores no abdômen e um corte na cabeça.

“Eles [os evangélicos] têm o hábito de ficar cantando ao longo do dia para ocuparem o tempo”, disse o delegado Luís Carlos Xavier.

“E no fim da tarde os evangélicos geralmente reforçam o coro com o que eles chamam de louvor.”

O delegado afirmou que detentos de outras celas também reclamam do barulho do culto.

A cadeia estava com 41 detentos, embora sua capacidade seja para 12.

Como castigo, os agressores perderam um dia de banho de sol e outro de visita de seus parentes.

Fonte: Paulopes

Pastor é denunciado por estuprar adolescentes dentro de igreja no MA

O Ministério Público do Estado do Maranhão (MP-MA) denunciou na quarta-feira um pastor da Igreja Pentecostal Jesus Cristo é o Senhor por abuso sexual de adolescentes em Estreito (MA), a 750 quilômetros de São Luís. Antonio Carvalho de Oliveira, conhecido como pastor Antonio, estuprou jovens frequentadores da igreja sob o pretexto de ensiná-los lições sobre sexualidade, de acordo com a denúncia.

Os abusos aconteceram em 2010, nas dependências da igreja. Segundo o MP, o pastor Antonio convidava os garotos para dormirem na igreja supostamente para estudar durante a noite.

A denúncia afirma que o acusado convidava os adolescentes a tirarem a roupa e a assistir filmes pornográficos. Os abusos ocorriam sob o pretexto de que o pastor libertaria os garotos da "prática do homossexualismo, lesbianismo, pedofilia e bestialismo".

Os pais dos adolescentes denunciaram a suspeita de abuso depois que as vítimas passaram a evitar participar de atividades da igreja. O MP realizou uma operação de busca e apreensão na igreja e encontrou um computador pessoal do pastor, que tinha imagens pornográficas.

Fonte: Terra.

Justiça proíbe Santa Bárbara d’Oeste (SP) de financiar Marcha de Jesus

A Justiça paulista proibiu o prefeito Denis Andia (PV) (foto), de Santa Bárbara d’Oeste, de liberar recursos para Marcha de Jesus, que se realiza naquela cidade no segundo domingo de dezembro.

Se a decisão for desrespeitada, a prefeitura pagará multa de R$ 100 mil.

A cidade tem cerca de 180 mil habitantes e fica a 138 km de São Paulo.

No entendimento da Justiça, o apoio financeiro oficial ao evento evangélico fere o princípio da laicidade do Estado.

A sentença cita a Constituição segundo a qual nenhuma instância do poder público pode aplicar recursos em eventos religiosos, mesmo em campanha de utilidade pública como o combate às drogas.

A prefeitura não informou quanto dinheiro ia dar ao Copasbo (Conselho de Pastores de Santa Bárbara d'Oeste), alegando que essa seria a primeira vez que apoiaria a marcha.

A administração municipal argumentou que o repasse de dinheiro seria feito porque o evento faz parte do calendário oficial da cidade. Para a Justiça, contudo, isso não serve de justificativa para abrir os cofres públicos aos evangélicos.

A Justiça apenas concordou que a prefeitura cuide da segurança, higiene e saúde pública dos locais por onde passar a marcha.

A decisão não é inédita porque outras cidades têm sido proibidas de financiar um evento que cada vez é mais marcado por uma retórica conservadora e pelo proselitismo de religiosos cujo objetivo é fazer política partidária.

Fonte: Férias do Clark

Prefeituras do MS transportam evangélicos em ônibus escolares

Cinco ônibus escolares estão sendo usados por fiéis da igreja Assembléia de Deus, para trazer os evangélicos de cidades do interior para um encontro em Campo Grande. Em dois ônibus é possível identificar que são das cidades de Batayporã - distante a 306 km de Campo Grande, e Rio Brilhante - distante a 160 km da Capital.

Um dos motorista disse à reportagem que a igreja faz um ofício junto a prefeitura que cede o ônibus. Na sua maioria a igreja fica responsável pelo abastecimento e o pagamento da diária dos motoristas.

Os pastores Herones Barbosa e Divino Velasques confirmaram esse procedimento, na qual a igreja entra com um ofício junto a prefeitura que cede o veículo. Porém Herones e Divino informaram que para confirmar era necessário entrar em contato com os responsáveis pela caravana.

Porém como a igreja estava muito cheia, impossibilitou de encontrá-los, e outro fator era de que ambos não tinham os números de telefones dos mesmos.

A maioria dos veículos são novos, que foram doados pelo programa Caminhos da Escola, da presidente Dilma Roussef, para que as prefeituras do interior pudessem renovar sua frota. Muitas cidades em MS estavam transportando crianças e jovens em ônibus velhos em situações precárias.

De acordo com o site do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), o Governo Federal, por meio do programa Caminhos da Escola, oferece o veículo com especificações exclusivas, próprias para o transporte de estudantes. 


Fonte: Midiamax

Igreja quer veto a enterro de animais de estimação junto com dono em cemitério

Este blog tem a intenção primordial de combater os excessos dos pentecostais, contudo como já dito outras religiões poderiam ser abordadas.

E é isso que farei agora. Quem tem um animalzinho de estimação sabe. É como se fizesse parte da família. Muitas vezes a dor pela perda é grande e o amor dedicado durante toda a vida nos faz pensar como seria bom mantê-lo junto a nós mesmo neste momento.

Pensando nisso, os vereadores Roberto Tripoli (PV) e Antonio Goulart (PSD) submeteram à Câmara Municipal de São Paulo um projeto de lei que permitirá que os animais de estimação sejam enterrados com seus donos. De acordo com Roberto Tripoli: "Quando um deles [animais] vem a falecer, além do extremo sofrimento da perda, as pessoas em geral se desesperam sem saber para onde destinar o cadáver".

Porém, a Igreja Católica está pressionando os políticos de São Paulo para que o projeto de lei não seja aprovado. O arcebispo de São Paulo, d. Odilo Scherer, já teve um encontro com o prefeito Fernando Haddad (PT), a quem caberá sancionar (ou não) o projeto de lei, caso seja aprovado. Ele argumentou que sepultar animais junto com pessoas pode deflagrar um processo de depreciação da dignidade humana, colocando os bichos de estimação no mesmo patamar, “o que seria inaceitável”.

O vereador Tripoli rebateu dizendo que o assunto não é da alçada da Igreja, porque o jazigo é um espaço privado e a sociedade pode utilizá-lo também para sepultar seus animais queridos.

"A pessoa que compra o espaço pode usá-lo como quiser”, disse. “Se quiser enterrar um cachorro ali, qual é o problema?” Ele enfatiza ainda que a cidade tem cemitérios e crematórios particulares destinados a bichos domésticos, mas, segundo Tripoli, eles cobram taxas altíssimas.

Notadamente se baseando em um dogma, aquele que diz que todas a criaturas foram colocadas na Terra para nos servir e que nós reinamos sobre elas, d. Odilo coloca o ser humano em um patamar superior. Em pleno século XXI e com os conhecimentos científicos atuais, é difícil engolir mais essa interferência da Igreja.

Com atitudes assim, o catolicismo tende a perder cada vez mais espaço. Retrógrados, fanáticos... evangélicos e católicos se digladiam pelas almas. Faça sua escolha. Lembrando sempre que existe uma terceira opção. 

D. Odilo Scherer

Com informações do Instituto Humanitas Unisinos.

Prefeito de Alagoinhas (BA) vai doar terreno de 2.563 m² a igreja

Prefeito de Alagoinhas
Paulo Cezar Simões Silva
O projeto de lei 034/2013, enviado pelo Executivo à Câmara de Vereadores, solicita em regime de urgência, a doação de um terreno de 2.563 metros quadrados, situado no Jardim Petrolar, à uma igreja com atuação em Alagoinhas.

O terreno fica nas proximidades da delegacia.

Segundo uma fonte do Alagoinhas Hoje, que solicitou anonimato, a comunidade das redondezas é contra a instalação da igreja.

A doação do terreno, de acordo com a fonte, teria sido acertada no período pré-eleitoral, mas antes do projeto de lei ter sido enviado ao legislativo, o que aconteceu no dia 31 de Julho de 2013, a área já estava cercada pela igreja, demonstrando a certeza absoluta quanto a aprovação pela Câmara de Vereadores da proposta do Executivo.

O mais interessante deste fato é que a Prefeitura de Alagoinhas doa terreno para uma igreja (solicitando, inclusive, regime de urgência na tramitação do projeto) e nega a solicitação de uma empresa que geraria empregos no município.

Nada contra a igreja ganhar o terreno e construir sua sede, desde que não atrapalhe o cotidiano dos moradores.

Qual será o tratamento concedido às igrejas que solicitarem terrenos à Prefeitura de Alagoinhas a partir da aprovação do projeto de lei 034/2013?

Todas terão seus pleitos atendidos?

O prefeito Paulo Cezar precisa calibrar sua balança decisória para que as definições levem em consideração interesses igualitários visando o bem de Alagoinhas e não dos segmentos que estiveram comprometidos com sua reeleição.

Com ampla maioria na Câmara de Vereadores, o governo não terá nenhuma dificuldade para aprovar o projeto de lei.

Será a doação do terreno o pagamento de uma fatura eleitoral?

Fonte: Alagoinhas Hoje.

Bispo Macedo teve igreja monitorada pelo governo Sarney

Relatórios produzidos pela Polícia Federal e pelo extinto Serviço Nacional de Informações revelam que Edir Macedo e a Igreja Universal do Reino de Deus foram monitorados pelos serviços de inteligência durante o governo de José Sarney (1985-90).

O objetivo da investigação, de acordo com os papeis, era descobrir a origem do apoio financeiro da igreja e sobretudo tentar identificar os "testas de ferro" da organização que adquiriam emissoras de rádio e televisão.


"Recentemente a seita tem adquirido emissoras de radiodifusão através de testas de ferro e ao custo de milhões de dólares de procedência desconhecida", diz documento da Polícia Federal. Outro trecho afirma que a Universal comprou naqueles anos dez emissoras de rádio ao custo de US$ 6 milhões.

Os relatórios, elaborados em 1989, listam ainda excentricidades da igreja, que completara naquele ano pouco mais de dez anos de fundação.

A Folha teve acesso aos relatórios e documentos sobre Edir Macedo e a Universal, desclassificados recentemente pelo Arquivo Nacional na esteira da Lei de Acesso à Informação.

A investigação, que nunca foi oficializada, lista que a igreja estimulava o pagamento de dízimo em dólares, a fama de ter fiéis arruaceiros, a primeira sede que ficava junto a uma funerária na zona norte do Rio e a prática de charlatanismo.

Fundada no final da década de 1970, a Universal teve rápido crescimento na década de 80, o que motivou a investigação.

Para o primeiro governo civil após 21 anos de ditadura, a igreja era uma "seita" que merecia controle e atenção dos órgãos de vigilância

À época, segundo os documentos, a Universal tinha mais de 500 templos em todo o país, com presença também nos EUA e Uruguai. Hoje a organização conta com mais de 6 mil templos em 200 países.

PEDIDO DE BUSCA

Em documento de junho de 1989, a Divisão de Segurança e Informações do Ministério da Justiça distribui a órgãos de segurança do governo federal, entre eles Polícia Federal e SNI, um pedido de busca com seis tópicos sobre a Universal.

Entre outras coisas, buscava-se o fundamento legal para a instalação da igreja no Brasil, os objetivos da "seita", o apoio financeiro de pessoas e entidades (a maioria do dinheiro chegava pelas contribuições dos fiéis) e os "testas de ferro", que não foram identificados.

Conforme o dossiê, agências do SNI e da PF em todo o país se mobilizaram para levantar informações. Até em Estados onde não havia a presença da igreja à época, como Goiás.

Os órgãos de inteligência do governo Sarney também levantaram a relação dos pastores com políticos, fraudes e casos de charlatanismo.

Paralelamente à investigação do governo Sarney, estava em curso uma outra apuração, a cargo do Ministério Público, que levaria Edir Macedo à prisão, em 1992. O criador da Universal passou 15 dias preso pelos "delitos de charlatanismo, estelionato e lesão à crendice popular".

Ele atribuiu sua prisão à Igreja Católica. 

Fonte: Folha.

Líder religioso ‘imortal’ morre de cirrose hepática

O portorrinquenho e “imortal” José Luis de Jesus Miranda (foto), 67, líder da Igreja Crescendo em Graça, morreu no dia 13 de agosto de cirrose hepática.

Ele era alcoólatra havia anos, e as suas condições de saúde pioraram nos últimos meses. Ele não escondia dos fiéis que bebia uísque e fumava charuto. Ele falava que Jesus de Nazaré não bebia uísque porque naquela época não existia essa bebida.

Em dezembro de 2007, a polícia do condado de Miami-Dade, da Flórida, o prendeu por estar dirigindo embriagado. Foi multado em US$ 1.495. A prisão não abalou a devoção de seus seguidores.

Morreu em um hospital do Texas, Estados Unidos. Miranda se dizia ser a reencarnação de Jesus.

No começo de 2012, Miranda informou que o mundo ia se acabar em 30 de junho daquele ano e que ele se tornaria imortal. O mundo não se acabou, como se sabe, mas isso não impediu de Miranda anunciar que tinha se tornado imortal.

Na época, Miranda começou a emagrecer e a vomitar sangue por causa do agravamento da cirrose e o que ele dizia é que essa transformação fazia parte do processo de sua imortalidade.

A sede da Crescendo em Graça fica em Miami. A igreja tem templos em 35 países, incluindo o Brasil, nos Estados da Bahia, Ceará, Goiás, Maranhão, Minas, entre outros. Transmite programas para 287 emissoras de rádio em vários países e possui um canal de TV em língua espanhola.


Fonte: Paulopes.

Templos religiosos passam a ter redução de 25% na luz e telefone no RS

A Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul aprovou e o governador Tarso Genro (PT) sancionou lei que concede aos templos de todas as religiões isenção de 25% na taxa de pagamento das contas de luz e telefone.

A lei, de número 14.233/2013, foi proposta pelo deputado evangélico estadual Carlos Gomes (PRB)

Vale lembrar que em todo o país, na esfera federal, os templos já desfrutam de renúncia fiscal, como a do Imposto de Renda.

A nova lei já foi publicada no Diário Oficial do Estado.

Na prática, sabemos que os demais contribuintes, mesmo os sem religião acabarão custeando esse benefício.

Isso mostra mais uma vez como que esses "legisladores" das bancadas evangélicas estão preocupados apenas em legislar em causa própria.

Fico tenso em imaginar o que farão quando começarem a se embrenhar no Executivo, tendo maioria no Legislativo.


Programa de TV revela insensatez de pentecostais

O pastor Roberto Cruvinel, da Assembleia de Deus, perdeu a serenidade quando Daniel Sottomaior, presidente da Atea (Associação Brasileira de Ateus e Agnósticos), argumentou que, se a Bíblia é a prova de que Deus existe, as histórias em quadrinhos também servem como prova da existência do Homem-Aranha.

“Você está debochando da nossa religião”, disse Cruvinel.

“Eu não posso permitir, senhor e senhora telespectadores, a comparação entre [um personagem de] história em quadrinho com o Deus criador do Céu e da Terra, que mudou a minha vida.”

O pastor foi um dos quatro religiosos convidados pelo programa “Mulheres”, da TV Gazeta, de São Paulo, para que fizessem perguntas ao Sottomaior sobre o que é ateísmo.

Os demais religiosos foram o umbandista Pai Guimarães, o rabino Michael Marmur (da Congregação Israelita Paulista), e Afonso Moreira Junior (Federação Espírita do Estado de São Paulo). O programa foi apresentado na tarde de quinta-feira (15) por Cátia Fonseca.

Cruvinel disse que Sottomaior estava recorrendo ao deboche — inclusive na página da Atea no Facebook — porque não consegue fundamentar a inexistência de Deus.

O pastor insistiu que o presidente da Atea apresentasse provas “científicas e laboratoriais” de que Deus não existe. Sottomaior respondeu que o ônus da prova cabe a quem acredita em divindade.

Pai Guimarães disse que a prova de que Deus existe são as forças da natureza. Para Sottomaior, contudo, essas forças não vêm de nenhuma divindade e podem ser comprovadas em laboratório.

“Eu vejo as forças da natureza e as comprovo, eu não creio nelas. Eu sei que existem as marés, eu posso explicá-las e colocá-las em uma equação”, disse.

O rabino Michael Marmur admitiu que a sua fé não é linear. Disse que, dependendo das circunstâncias, “às vezes acredita mais [em Deus] e às vezes menos”. Ele quis saber se esse tipo de coisa ocorre também com os descrentes.

Sottomaior falou que não no caso dele, mas reconheceu que existem pessoas que, quando se encontram no processo de desconversão, podem oscilar entre a crença e a descrença.

De qualquer forma, disse o presidente da Atea ao fazer uma comparação, quando se descobre que a barba do Papai Noel é falsa não há mais como acreditar em sua existência.

O ateu ficou surpreso com a pergunta do rabino, porque geralmente, segundo Sottomaior, os religiosos costumam dizer que sua fé é inabalável.

O espírita Afonso quis saber o que é, para um ateu, ser bom. Sottomaior respondeu que é se preocupar com o bem estar do próximo. É sentir o que o outro sente, é empatia, e não porque se teme um deus, que é o caso dos crentes.

Ao final do programa, o pastor Cruvinel disse que, na eternidade, Sottomaior ia ter de prestar conta ao Deus que ele diz não existir.

Comentário do presidente da Atea: “As religiões estão sempre fazendo ameaças”.

Fonte: Paulopes 

Como percebe-se somente o pentecostal fez ameaças e se ofendeu com a opinião do ateu.

Proselitismo religioso invade TV, e poder público nada faz

Por Helena Martins e Bia Barbosa para Portal Geledés.

A maioria da população brasileira não sabe, mas o espaço ocupado pela transmissão dos sinais de rádio e televisão é público, o que dá às emissoras o dever de respeitarem, em sua programação, os princípios constitucionais. E o Brasil é um Estado laico. Não é demais, portanto, esperar que a programação do rádio e da TV não privilegie nenhuma religião e tampouco seja espaço para o proselitismo religioso.

Porém, se você já cansou de "zapear" em busca de conteúdo não-religioso na TV, prepare-se para usar ainda mais o controle remoto. Desde o ano passado, a Rede Globo tem estabelecido uma forte parceria com o setor evangélico, o que foi expresso na cobertura do musical "Festival Promessas", na contratação de artistas gospel para a gravadora do grupo, a Som Livre, e na inclusão de personagens evangélicas na teledramaturgia - Ivone (Kika Kalache), de "Cheias de Charme", e Dolores (Paula Burlamaqui), de "Avenida Brasil". Líderes evangélicos reunidos em 2012 com a maior emissora do Brasil pediram mais: uma heroína evangélica no horário nobre.



Cristãos queimados por lerem a Bíbia? Fail!

Quer dizer então que você se sensibilizou com os cristãos que foram queimados por estarem lendo a Bíblia? Fail!!!

Apelar para o emocional para embutir a "palavra" é típico. Para isso até usam e manipulam histórias.


O texto abaixo foi adaptado e retirado do E-farsas.
  
A imagem é muito forte e chocante! Uma multidão assistindo alguns corpos queimando em uma fogueira no chão. O texto que a acompanha afirma que se trata de cristãos que foram pegos lendo a bíblia e, por isso, teriam sido queimados vivos!

A ideia é fazer com que o leitor fique chocado com a cena e que se sinta culpado por “ter toda a liberdade para ler a bíblia e não o faz diariamente”. Muitas religiões fazem suas pregações através do medo, com histórias que não condizem com a verdade, para deixar seus fiéis assustados e com extrema quantidade de culpa.

Para que a sua carga de culpa fique um pouco mais leve, o internauta acaba repassando a história adiante – sem dar aquela pesquisada básica antes –, achando que está fazendo uma boa ação em divulgar as atrocidades que fazem com cristãos no mundo todo.

No dia 14 de maio de 2008, uma multidão enfurecida linchou e ateou fogo em três ladrões que teriam roubado uma casa na cidade portuária de Karachi, no Paquistão.

Segundo apuramos em várias publicações (que não vamos mostrar aqui para poupar o seu estômago), depois de apanhar muito da multidão, os supostos criminosos tiveram grande quantidade de gasolina derramada sobre eles e foram incendiados para queimar dolorosamente até a morte.

A polícia da cidade afirmou que dois dos três supostos ladrões queimados morreram no local e o terceiro morreu no hospital. De acordo com a agência de notícias AFP, o chefe de polícia Babar Khattak disse que o incidente mostrou o aumento do comportamento violento na sociedade e qualquer processo contra os responsáveis ​​pelo ato seria decidido somente após um inquérito policial.

A foto original é propriedade das agências de notícias STRDEL, AFP, e Getty Images.

Já mostramos aqui no E-farsas algumas histórias semelhantes a essa onde alguns começam a espalhar histórias de cristãos que estariam sendo vítimas de perseguições em outros países de outras religiões. De fato, a perseguição contra cristãos (bem como também contra adeptos a outras religiões) ocorre em diversos locais e, muitas vezes, com ferocidade até muito maior do que as que vemos nessa imagem. Mas não foi o que acorreu nessa foto.

Cá, como lá...

Na Turquia o estopim foi a intenção em transformar a única área verde, em um raio de quilômetros, na cidade de Istambul, em um shopping e uma mesquita.

Aqui foi o preço das passagens.

Lá tem-se um grupo islâmico radical entre seus governantes que assim que assumiu o poder começou a cercear as liberdades individuais do povo. Atualmente lá, já não se pode mais beijar em público e nem comprar álcool após as 22 horas. Estão implementando uma teocracia.

O que era uma briga por uma área verde, tornou-se uma luta pelas liberdades individuais e consequentemente contra a implementação na Turquia de uma teocracia islâmica.

Aqui, a luta pelo transporte público também ganhou outros alvos, mas estão se esquecendo que como lá, aqui também temos um grupo radical e conservador no governo, a bancada evangélica.

Cá, como lá, eles também estão tentando implementar uma teocracia. A aprovação da "cura gay" mostra isso.

CDH aprova projeto da 'cura gay'

Caminhamos para a teocracia. Em pleno século XXI, mais esse retrocesso produzido pelos religiosos da "bancada evangélica".

Notícia vinculada ao Portal Terra. Segue:


Com poucos manifestantes presentes, a Comissão de Direitos Humanos (CDH) da Câmara dos Deputados conseguiu aprovar nesta terça-feira o projeto de decreto legislativo que trata da "cura gay". Desde que o presidente da comissão, pastor Marco Feliciano (PSC-SP), foi indicado para ao colegiado, a CDH se tornou palco de manifestação entre ativistas pelos direitos humanos e pastores evangélicos apoiadores de Feliciano.

O que se viu hoje na comissão, no entanto, sequer lembra os dias de ocupação do plenário do colegiado, em que manifestantes chegaram a ser detidos e impedidos de entrar na sala onde ocorriam as reuniões da CDH. Antes, os ativistas gritavam palavras de ordem e chegavam a atrapalhar os trabalhos. Hoje, apenas cerca de 10 manifestantes seguravam cartazes e aplaudiam o deputado Simplício Araújo (PPS-MA), único a discursar contra o projeto da "cura gay".

A proposta altera uma resolução do Conselho Federal de Psicologia (CFP) e suspende a vigência desse documento, que proíbe psicólogos de atuarem para mudar a orientação sexual de pacientes e considerar a homossexualidade como doença. Há quase 30 anos a homossexualidade foi excluída da Classificação Internacional das Doenças. Em seu relatório, Anderson Ferreira defendeu que a orientação do conselho impede que homossexuais "mudem" sua orientação com a ajuda de um profissional.

"Não existe tratamento porque isso não é doença. O que temos que tratar é a corrupção, a cara de pau de alguns políticos. Gostaria que tivessem a mesma possibilidade os profissionais de psicologia de tratar alguns distúrbios de comportamento do ser humano. Não é a homossexualidade um dos distúrbios que prejudica a família. O que prejudica a família é a corrupção, a forma como a classe política está se comportando. Este projeto é inconstitucional. Apenas o poder judiciário pode questionar uma decisão de qualquer conselho de qualquer profissão", criticou Araújo.

Feliciano, no entanto, alegou que a CDH apenas analisou o mérito da questão. A constitucionalidade do projeto será avaliada ainda pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). O projeto também passará pela Comissão de Seguridade Social da Câmara.

O deputado Anderson Ferreira (PR-PE), relator da matéria na CDH, alegou que há jurisprudência que considera inconstitucional qualquer resolução de conselho profissional que limita o exercício da profissão. "Essa resolução cerceia a independência e liberdade dos profissionais e o direito da pessoa de procurar um psicólogo e de receber orientação. É direito do paciente procurar atendimento que satisfaça seus anseios. O projeto de decreto legislativo garante o direito ao homossexual a mudar sua orientação sexual e ser acolhido por um profissional", afirmou o relator durante a leitura do seu parecer, que pede a aprovação da matéria.

Ferreira alegou que a suspensão dos efeitos da resolução terá efeito somente até que haja uma decisão judicial que determine se psicólogos devem ou não ajudar pacientes a "deixarem" a homossexualidade. Em resposta, o CFP afirmou que os psicólogos estão proibidos de tratar a homossexualidade como doença.

"Estão, sim, proibidos os psicólogos de exercerem qualquer ação que favoreça a patologização de comportamentos ou práticas homoeróticas, e adotarem ação coercitiva tendente a orientar homossexuais para tratamentos não solicitados. (...) A norma orienta os profissionais da psicologia a não se pronunciar e nem participar de pronunciamentos públicos, nos meios de comunicação de massa, de modo a reforçar os preconceitos sociais existentes em relação aos homossexuais como portadores de qualquer desordem psíquica", defendeu o conselho representativo dos psicólogos em nota.
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